O governo brasileiro parece estar gostando de polemizar com as indústrias de bens de capital no que diz respeito à importação de máquinas e equipamentos. Depois do mal estar provocado no mercado em fevereiro passado, com o anúncio (frustrado) de que iria suspender a licença automática de importação para uma enorme lista de produtos, inclusive de máquinas e equipamentos – medida altamente protecionista, e que prejudicaria vastos setores industriais – o governo resolveu agora ir pela direção oposta e, desta vez, abrir o mercado. Só que, para espanto da indústria, para um segmento específico e temível de máquinas estrangeiras: o de máquinas usadas.
“O governo faz um controle muito grande sobre o que se compra lá fora, o que acaba prejudicando diversos segmentos industriais”, justificou o secretário de comércio exterior, Welber Barral (foto), ao anunciar a medida, no começo do mês passado. “Vamos facilitar a importação de máquinas usadas mudando as regras vigentes para esse tipo de operação, como redução de prazos e eliminação de entraves técnicos e burocráticos”.
De acordo com Barral, os prazos de emissão de licença de importação para esses produtos, que hoje é de, em média, 90 dias e chega, em alguns casos, até seis meses, deverá ser reduzido para 15 dias, em média, e, no máximo três meses.