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Logística marítima internacional em compasso de espera

A situação da logística marítima internacional tem alarmado líderes no mundo inteiro. A intensa alta nos preços, de efeitos duradouros, traz junto um aumento da inflação global. O setor já havia sido fortemente impactado pela pandemia. Registrou uma elevação significativa em 2020 e, em 2021, o aumento chegou a um percentual de três dígitos. Tudo indicava que, em 2022, os preços ficariam como estavam, sem novas escaladas expressivas. E aí veio a reviravolta. Com a guerra na Ucrânia, a Rússia “saiu do mapa” dessa logística e novas mudanças e incertezas surgiram.
O índice Harpex, um dos principais indicadores globais de preços no transporte marítimo de contêiner, teve a chamativa alta de 268,46% no ano passado. Em 2020, já tinha avançado 43,62%. Só nos três primeiros meses de 2022, a variação acumulada ficou em torno de 20%. A previsão para 2023 segue de encarecimento, ainda que menos expressivo.
No início da pandemia, tivemos uma “grande bagunça” na logística internacional. Portos fecharam e embarcações não conseguiam ancorar; contratos de trabalho passaram a ser feitos com um período menor; trabalhadores estavam ausentes devido a questões sanitárias. O forte impacto nos preços não veio em 2020, mas chegou em 2021.
No final do ano passado, entretanto, esse comportamento estava começando a normalizar. Mesmo com a continuidade da pandemia em 2022, o ritmo seria no mínimo de estabilidade — uma estabilidade relativa, vale ressaltar, já que falar dela em um setor de recuperação mais lenta é complicado. Alguns players investiram nesse restabelecimento, mas, pelas próprias dinâmicas do campo, a expectativa era de retomada gradual.
Com a crise na Ucrânia e a exclusão da Rússia desse mapa logístico, e com as principais empresas marítimas do mundo já fora do território russo, temporariamente ou de forma permanente, o cenário se complicou mais ainda. Uma rota cortada do mapa gera um novo problema na logística internacional.
Como grande importador de produtos manufaturados e exportador de commodities básicas, o Brasil também sente fortemente os efeitos desse cenário internacional. O país importa manufaturados por contêiner e exporta as commodities por granel, o que dificulta nossa situação, já que as empresas têm privilegiado o envio de contêineres para as rotas mais lucrativas deste momento, devido a questão dos “contêineres meio cheios” na saída do Brasil. Somado a isso, temos um aumento de preços dos insumos industriais e manufaturados importados.
Mas temos boas notícias. A aprovação do BR do Mar deve incentivar a cabotagem no país, com a promessa de estimular a concorrência e baratear o transporte de cargas entre os portos brasileiros.
Todos os esforços e todo o planejamento público e empresarial para lidar com os desafios atuais são necessários e bem-vindos.

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Fonte: Portos e Navios