A definição mais estrita de “doença holandesa” é o processo de desindustrialização que pode ocorrer em uma economia quando a descoberta de grandes quantidades de recursos naturais causa um forte processo de valorização cambial, tornando os produtos industrializados menos competitivos internacionalmente.
A contração do setor industrial ocorre na esteira do aumento das importações e da redução das exportações. O termo foi cunhado no início dos anos 70, quando a Holanda viveu este risco, com a descoberta de reservas de gás natural no Mar do Norte.
Quando as exportações de produtos básicos aumentam muito e rapidamente, grandes entradas de divisas tendem a valorizar o câmbio. Uma matéria-prima básica, como petróleo, com preço formado no mercado internacional, não tem a sua competitividade atrelada à taxa de câmbio, e pode ser exportada de forma lucrativa mesmo que a moeda nacional fique mais valorizada.
O mesmo não ocorre com os produtos da indústria de transformação, cuja competitividade é fortemente afetada pelo câmbio. O Brasil não é um caso clássico de “doença holandesa”, já que a valorização do real não está associada a nenhuma descoberta de recursos naturais.