A”surdez” do governo para os alertas sobre a falta de uma política de exportações, especialmente, para o setor de serviços, poderá causar enormes prejuízos para o Brasil. Hoje, enquanto a Organização das Nações Unidas (ONU) contabiliza 215 itens de serviços, que movimentaram mundialmente US$ 3,5 trilhões, em 1996, o Brasil ficou com uma fatia de, no máximo, US$ 3 bilhões.
Com base nesses dados, o presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), Benedicto Moreira, pediu uma “coesão” de entidades da classe empresarial em torno de um projeto comum para nosso comércio externo. “Só vamos ser ouvidos e convencer o governo se as entidades de classe trabalharem juntas”, disse ontem, durante reunião da São Paulo Chamber of Commerce, da Associação Comercial de São Paulo (ACSP). Moreira garantiu que o País poderia obter muito mais com a exportação de serviços, mas “isso não acontece por total falta de apoio do governo”. Contrário à situação, ele insistiu numa mobilização empresarial para forçar “que alguém no governo abra os olhos e passe a discutir essa questão com as entidades”.
