Cerca de 90% dos 4.500 caminhoneiros que atuam no Porto de Santos paralisaram, por tempo indeterminado, as suas atividades nesta quinta-feira. Devido à situação, o presidente do Conselho de Autoridade Portuária (CAP), Sérgio Aquino, aceitou atender a categoria para uma reunião na Prodesan, onde fica a Secretaria de Assuntos Portuários e Marítimos.
Durante a manhã, os motoristas fizeram uma manifestação na Praça Mauá, no Centro de Santos, em frente à Prefeitura. O ato é liderado pelo coordenador do Movimento União Brasil Caminhoneiros, Heraldo de Andrade, que representa a categoria de Santos e pelo ex-vereador do Guarujá, José Nilton (o Doidão), pelos trabalhadores do município.
Os motoristas reivindicam o cumprimento de um acordo feito com os terminais em 2006. Eles afirmam que deveria ser pago o valor de R$ 147,00 pela tabela do frete, mas as empresas utilizam intermediadores para a contratação dos serviços, reduzindo o valor para até R$ 90,00.
Andrade garante que a categoria não quer mais negociar com a transportadora, mas sim com o armador, que é o responsável pela contratação do serviço. Além disso, os manifestantes também solicitam que o presidente da Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), José Roberto Serra, participe da intervenção junto às armadoras.
Reunião
Aquino aceitou receber os caminhoneiros desde que fossem cumpridas três condições: que o movimento fosse pacífico, que não houvesse prejuízo ao trabalho do Porto e que os motoristas não fossem impedidos de trabalhar.
Diante do cenário, o presidente do CAP disse que se compromete a marcar uma reunião nos próximos dias com armadores de contêineres vazios para tentar solucionar o problema. No entanto, ele afirma que a Prefeitura não vai interferir na negociação do frete, por não se intrometer na relação capital-trabalho.
Entre as soluções propostas por Aquino, está o trabalho do CAP para o controle da descarga direta de contêineres vazios e ainda a criação de um conhecimento do transporte local, que está sendo desenvolvido pela Secretaria de Finanças.
Com esse material, seria eliminada a necessidade de minuta para o carregamento. O documento é uma das principais queixas dos caminhoneiros, que alegam ter que pagar propina para recebê-lo.