A operação padrão dos auditores fiscais da Receita Federal ocorre há mais de cinco meses e, sem perspectiva de acordo com o Governo Federal, afeta cada vez mais a liberação de mercadorias no Porto de Santos. Cargas de exportação, cujo despacho levava dois dias, hoje são liberadas em 35 dias. Já o processo de importação, que antes acontecia em três dias, atualmente leva 22 dias.
Os dados são do Sindicato dos Auditores Fiscais da Receita Federal (Sindifisco) de Santos, que manterá o movimento que atrasa a liberação de cargas até que haja avanço na negociação com o Governo Federal. Nesta sexta-feira (3), os líderes da operação-padrão se reuniram em Foz do Iguaçu (PR), onde o presidente Jair Bolsonaro (PL) e o secretário da Receita, Julio Cesar Vieira Gomes, cumpriam agenda. Houve tentativa de encontro, sem sucesso.
“Não há expectativa da operação terminar, pelo contrário, ela deve é aumentar”, explica o presidente do Sindifisco de Santos, Elias Carneiro Júnior, sobre o movimento iniciado em 23 de dezembro. De acordo com ele, o Governo Federal não se manifestou sobre o tema. “Estamos na estaca zero. Para piorar, o governo promete uma série de coisas para outras carreiras e também não cumpre”.
Entre os pleitos dos auditores fiscais, estão a recomposição do orçamento da Receita Federal, a abertura de concurso público e o cumprimento de um acordo firmado com a União em 2016, que prevê o pagamento de bônus variável aos profissionais.
O atraso na liberação de mercadorias coloca em risco diversos setores que dependem da importação e exportação. A Tribuna já noticiou a preocupação dos exportadores de grãos e do setor de eletrodomésticos com o assunto. Agora, a indústria de poliestireno (material sintético semelhante ao acrílico) informa que haverá redução da produção devido aos problemas com liberação de cargas. Clique para Visualizar