Os terminais retroportuários terão papel, cada vez mais, mais preponderante no setor diante do aumento da capacidade de navios previsto da ordem de 60% a 70%, passando dos atuais 8.000 TEUs para até 14.000 TEUs, quase dobrando a capacidade operacional dos porta-contêineres nos próximos anos. A avaliação é do vice-presidente da Associação Brasileira dos Terminais Retroportuários e das Empresas Transportadores de Contêineres (ABTTC), Luiz Alberto Azevedo Levy Jr, que ainda observa muitos gargalos e morosidade em procedimentos e em órgãos anuentes que precisam continuar a ser endereçados para aumentar a eficiência desejada.
“Da mesma maneira que teremos preocupação de abastecer terminais com todos esses contêineres, a hora que subir 12.000-14.000 TEUs, abrirá 12.000-14.000 TEUs de espaço nas áreas de terminais molhados. As retroáreas terão que estar mais bem preparadas para conseguir abastecer terminais operadores portuários”, disse Levy Jr, na última quinta-feira (20), durante reunião do Comitê de Usuários dos Portos e Aeroportos do Estado de São Paulo da Associação Comercial de São Paulo (Comus/ACSP).
Para Levy, o Porto de Santos continuará sendo protagonista, em razão de suas características físicas e de sua localização geográfica. Ele destacou que diversas operadoras logísticas rodam 24 horas por dia e que outras entidades e o setor de despachos acabam rodando 24h por dia, inclusive sábados e domingos, porque a necessidade de informação é instantânea. “O somatório de pequenas ações das cadeias logísticas vai trazer eficiência. Sempre do porto para dentro, nunca do interior para o porto. Precisamos que o operador portuário carregue a carga escoada em direção ao nosso complexo”, disse Levy, que é diretor do grupo Dínamo. Ele acrescentou que, nos últimos dois anos, a pandemia e a guerra na Ucrânia representaram pontos fora da curva que criaram um cenário em que o setor portuário começou a ver de maneira lenta e vem tentando retomar sua normalidade.
Levy avalia que os recintos especiais para despacho aduaneiro de exportação (Redex) vêm atingindo grau de exigência semelhante a operadores portuários, com todas as cargas monitoradas. Ele contou que 100% das estufagens dos Redex de Santos são filmadas em tempo real, com mapeamentos. “Estamos conseguindo trazer junto com a Receita Federal segurança para o operador da carga — café e outras vindo ao Porto de Santos para terminais Redex. As portarias são rigorosas e quem não cumpre perde a concessão de Redex”, explicou.
Atualmente, os estoques batem nos limites das capacidades estáticas, causando ineficiência. “Para capacidade plena, é preciso melhorar berços e pátios de estocagem, reduzir dwell times para que os estoques fiquem mais confortáveis. Fazer Redex, Clias e portos secos trabalharem de maneira mais harmonizada para indicadores melhorarem, com perspectiva de consolidação do hub e a chegada mais tranquila dos 366m até 2024”, sugeriu Senna. Clique para Visualizar