Com o espaço nos terminais de carga praticamente esgotados por conta da greve dos auditores fiscais da Receita Federal, dois navios tiveram de desviar ontem do porto de Santos à procura de outro destino.
Essa situação deve se repetir com maior freqüência nos próximos dias, na medida em que até 95% da capacidade de armazenamento no porto está exaurida, segundo o gerente-executivo do Sindamar (Sindicato das Agências de Navegação Marítima de São Paulo), José Roberto Mello.
Atualmente, há mais de 150 mil contêineres parados no porto desde que a greve começou, em 18 de março, de acordo com estimativas do diretor-executivo da Abtra (Associação Brasileira de Terminais e Recintos Alfandegários), José Roberto de Sampaio Campos. Segundo cálculos da regional de Santos do Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo), o acúmulo representa um volume estimado de mais de US$ 9 bilhões em mercadorias. O porto de Santos movimenta, por mês, cerca de 140 mil contêineres com 2 milhões de toneladas de produtos. “Está chegando ao limite, ao esgotamento da capacidade de manuseio”, diz o diretor de comércio exterior do Ciesp, Ricardo Martins.