Tudo havia sido planejado pelo governo brasileiro para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva brilhar na reunião do G-8, mas o resultado final não foi bem esse. O presidente embarcou na noite de ontem de volta ao Brasil sem o troféu, longamente acalentado, de haver tirado do atoleiro as negociações da Rodada Doha da Organização Mundial do Comércio (OMC). Também havia a expectativa de que os combustíveis alternativos do Brasil fariam sucesso, principalmente por causa do aumento das tensões no Oriente Médio. Não foi o que ocorreu.
Há oito meses, o Brasil vem defendendo um compromisso entre chefes de Estado para avançar a Rodada Doha, pois os técnicos chegaram a um impasse. Essa foi a proposta levada por Lula ao G-8, mas os líderes participantes não assumiram compromissos políticos adicionais em torno do assunto. O presidente da França, Jacques Chirac, chegou a atacar a proposta brasileira. A Rodada Doha, de fato, ganhou um impulso, mas não graças à sugestão de Lula. O próprio G-8 achou por bem dar um prazo adicional de 17 dias para os negociadores chegarem a um acordo.