Sem acordo entre Brasil e Argentina sobre a reforma e a flexibilização da Tarifa Externa Comum (TEC), alíquota de imposto de importação adotada pelos países do Mercosul e que varia de acordo com o produto, a reunião de ministros de Economia e Relações Exteriores do bloco, prevista para 3a feira (8.jun.2021), foi suspensa.
As negociações sobre essa abertura comercial continuarão. O Itamaraty espera que o acerto seja assinado em Buenos Aires na semana que vem, mas ainda não há data prevista.
As discussões são extremamente difíceis. O Brasil propõe um corte de até 20% em todos os itens da TEC neste ano -10% assim que o acordo for assinado e mais 10% em dezembro. Isso significa que a mais alta tarifa, que atinge produtos eletrônicos e automóveis, entre outros, cairia de 35% para 28%. A Argentina quer reduções distintas nas tarifas de diferentes setores.
Embora a proposta do Brasil não chegue a ser ambiciosa, a negociação traz à tona divergências históricas entre os dois vizinhos. A Argentina tem se mantido bem mais ciosa em proteger seus setores produtivos.
Segundo o embaixador Pedro Miguel Costa e Silva, secretário de Negociações Bilaterais e Regionais nas Américas do Itamaraty, o governo brasileiro ofereceu um meio-termo para acomodar essa diferença: fazer a redução tarifária de 20% neste ano nos itens em que há consenso entre os sócios. Para os demais, cada país seguiria um cronograma para alcançar no futuro esse corte de 20%. Clique para Visualizar