Apesar de insistir no discurso da austeridade fiscal, da qual o próprio presidente Lula já disse que não abrirá mão, as projeções de receitas e despesas que estão sendo apresentadas pela equipe econômica na preparação do pacote para acelerar o crescimento contemplam uma queda no superávit primário, dinheiro usado para reduzir a dívida pública, de 4,25% do PIB (Produto Interno Bruto) para 3,75% do PIB até 2010.
Oficialmente, o governo alegará que continua em 4,25% porque vai investir o equivalente a 0,5% do PIB nos programas de infra-estrutura. Regra definida com o FMI (Fundo Monetário Internacional) permite que obras no setor com retorno financeiro garantido sejam descontadas do superávit sem que sejam consideradas descumprimento da meta. O acordo com o FMI está em vigor desde 2005, mas o governo nunca usou o mecanismo.