O importante é que, na ansiedade para aumentar a produção, o país não cometa erros, como permitir a volta da inflação. Isso poderia levar a uma nova crise e inviabilizar o crescimento sustentado. A afirmação é do presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, ao falar com a Folha sobre as perspectivas da economia em 2007. A declaração serve como uma espécie de alerta para o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), o plano que está em elaboração pelo governo para destravar a economia, e mostra que, se o programa apresentar sinais de desequilíbrio, o Banco Central terá de, novamente, recorrer a instrumentos que impeçam a volta da inflação e assim forçar uma redução do ritmo de crescimento do país. Meirelles acha, no entanto, que o Brasil tem todas as condições de crescer, agora, sem o padrão de arrancadas e freadas das últimas décadas. Desde o “milagre econômico”, o país nunca conseguiu manter um ciclo longo de crescimento. Todo o processo de recuperação foi abortado por crises freqüentes, marcadas pela volta da inflação.