Os Auditores-Fiscais da RFB (Receita Federal do Brasil) vão realizar uma paralisação por tempo indeterminado a partir do dia 18 de junho. Essa foi a principal deliberação da Assembleia Nacional da Classe realizada no dia 30 de maio. Três mil, duzentos e cinco Auditores participaram da votação. A maior presença em Assembleia desde a Campanha Salarial de 2008, em se tratando de assuntos ligados à mobilização da Classe. Se considerada a quantidade de Auditores-Fiscais em férias e em trabalho remoto, é possível afirmar que cerca de 50% da Classe que poderia participar da Assembleia marcou presença e se fez ouvida.
Os filiados aprovaram com 97,47 % de votos a realização de mobilização de advertência nos dias 12 e 13 de junho. Conforme definido pela Assembleia, o protesto se realizará com operação-padrão na zona primária e crédito zero na zona secundária, como estratégia de protesto, proposta que recebeu 97,69% dos votos.
A paralisação por tempo indeterminado a partir do dia 18 recebeu a aprovação de 78,80% dos votantes. Ou seja, a adesão ao movimento é total. Os Auditores-Fiscais não estão dispostos a esperar indefinidamente por uma proposta do Governo. A Classe exige valorização e vai usar todas as armas para alcançar seu objetivo.
A Assembleia definiu que a paralisação a ser iniciada no dia 18 se dará dentro da repartição e com assinatura de ponto (89,98%). Por fim, os Auditores-Fiscais aprovaram a realização de uma Plenária Nacional com foco na Campanha Salarial, nos dias 26 e 27 de junho (85,97%), em São Paulo, com recursos do Fundo de Mobilização (85,53%). Além disso, 68,05% dos votantes, decidiram pela não realização de esforço extraordinário para eventos internacionais no período da mobilização.
Os números da Assembleia não deixam dúvidas acerca da indignação dos Auditores-Fiscais da RFB. A Classe espera agora que o Executivo reconheça o empenho de todos os que fazem com que a RFB, mesmo em tempos de crise, cumpra metas e propicie recordes de arrecadação, deixando a economia nacional em posição confortável em relação ao cenário internacional.
A imprensa e a sociedade reconhecem a excelência dos serviços prestados pelos Auditores-Fiscais. A DEN (Diretoria Executiva Nacional) lamenta que o Governo não tenha a mesma visão e que a sociedade seja atingida pelos reflexos de uma paralisação. Mas a radicalização do Governo, que optou pelo silêncio em vez da negociação, obriga a Classe a tomar uma atitude.