A Câmara de Comércio Exterior (Camex) do Ministério da Economia aprovou hoje a aplicação de uma medida antidumping para fios de poliéster, commodity que é o principal insumo da indústria têxtil. No entanto, apesar de reconhecer a prática de dumping nos filamentos sintéticos texturizados de poliésteres originários da Índia e da China, o Comitê-Executivo de Gestão (Gecex) da Camex aprovou a suspensão imediata da aplicação da tarifa antidumping pelo prazo de um ano, prorrogável uma única vez por mais um ano, por razões de interesse público.
A medida agradou fabricantes de tecidos sintéticos que importam o produto e que argumentaram ao longo do processo de investigação do dumping que a taxação poderia levar a um aumento dos custos de roupas, colchões e demais produtos que usam tecidos sintéticos.
— A suspensão por um ano é um grande alívio, neste momento em que a inflação está em alta e vai beneficiar todo o setor — diz Rogério Coelho, presidente da Abicol, associação que representa fabricantes de colchões, que importam o fio de poliéster para fabricar o tecido que reveste o colchão. O setor estima que se fosse aplicado o antidumping, o impacto no preço final para o consumidor poderia ser da ordem de 20%.
A tarifa aprovada para o antidumping e o prazo estabelecido pelo governo só se tornarão públicos nos próximos dias. Em um parecer técnico de dois meses atrás, foi sugerida uma sobretaxa de 5% para a importação da China e de 8% da Índia, segundo fontes do setor. Medidas antidumping costumam durar cinco anos. Se a suspensão for prorrogada por mais um ano, a medida passará necessariamente a valer a partir do 3o ano.
A denúncia de antidumping foi apresentada em 2020 pela Abrafas (Associação de Produtores de Fibras Sintéticas), que argumentou que fabricantes chineses e indianos estariam aplicando preços abaixo de mercado por um excesso de produção intensificado pela pandemia. Outros países Clique para Visualizar