A indústria papeleira nacional poderá pedir a abertura de pelo menos dois processos antidumping contra empresas asiáticas, americanas e europeias, embasada em “fortes indícios” de concorrência predatória nos segmentos de papel revestido de baixa gramatura (LWC) e de papéis especiais, como os utilizados para filtros de automóveis. Os desembarques de outros tipos de papel também estão sob o olhar atento do setor, que acompanha de perto o desenrolar de ações similares abertas na Argentina, Estados Unidos e Europa contra produtores da China e da Indonésia.
No segmento de papel LWC, utilizado para impressões gráficas, a ação pode ser movida contra empresas sediadas na China, Estados Unidos, Suíça e Suécia. As investigações conduzidas até o momento, que têm o apoio da Associação Brasileira de Celulose e Papel (Bracelpa), teriam mostrado indícios de dumping no segmento, o que explicaria o aumento expressivo dos desembarques de papel proveniente daqueles países no Brasil.
Para as produtoras domésticas, pesa ainda a impossibilidade de repasse ou compensação do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). “De partida, temos desvantagem de 10% a 12% frente ao importado”, afirmou Affonso.