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Greves do setor público pioram ainda mais a competitividade do Brasil

Designa-se endemia qualquer doença espacialmente localizada que tenha caráter contínuo. Emprestado da medicina, esse termo se presta a definir com perfeição um problema crônico que há décadas fragiliza a competitividade da economia brasileira: a combalida infra-estrutura do país, que perde em eficiência e custo para todos os seus principais competidores diretos.
Mas o que era ruim ficou pior. Uma greve dos auditores fiscais da Receita Federal, responsáveis pela liberação das mercadorias na alfândega, está deteriorando ainda mais a já emperrada logística do país. Depois de um mês de paralisação, o estrago é monumental: o tempo para liberar a importação e a exportação de produtos dobrou; fábricas pararam por falta de componentes; 50 000 contêineres ficaram presos no Porto de Santos. Apenas na indústria de eletroeletrônicos, o prejuízo já chega a 1 bilhão de dólares. Outros grupos empresariais, como a indústria farmacêutica e a automobilística, além do agronegócio, também deixam escapar oportunidades e dinheiro com a greve, arcando com prejuízos ainda não mensuráveis. Não se trata de um movimento isolado. Desde 2005, as empresas brasileiras que dependem de importações e exportações enfrentaram 492 dias de greves e operações-padrão de funcionários públicos ligados ao comércio exterior. Foram dezesseis meses e meio de problemas. “O quadro é desolador. Num mundo globalizado, um país precisa oferecer facilidades, e não barreiras, para as relações comerciais entre empresas de diversas nações”, diz José Augusto de Castro, da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB).

Fonte: Veja Online