Apesar do aumento de R$ 31,86 bilhões na arrecadação do ano passado, o governo diz que ainda não é possível falar em aumentos da carga tributária. Para Ricardo Pinheiro, secretário-adjunto da Receita, é preciso primeiro saber de quanto será o crescimento da economia em 2006. “Falar nisso agora é no mínimo irresponsável.” Para ele, para discutir a carga de impostos é preciso considerar se o aumento da arrecadação foi gerado, por exemplo, por uma elevação definitiva da tributação ou se é fruto de uma arrecadação extraordinária. Outro argumento oficial é que a arrecadação pode crescer em função de setores mais aquecidos que são mais tributados que outros, como serviços, indústria e comércio. A carga tributária nos três primeiros anos do governo Lula passou de 35,61% do PIB, em 2002, para 37,37%, o percentual mais elevado da história. Em 2003, o governo reduziu a carga tributária, para 34,92%, do PIB e assumiu o compromisso, descumprido em 2004, de não elevar esse percentual acima do que foi cobrado em 2002. Estimativa feita do IBPT (Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário) em dezembro indicava que 2006 fecharia com uma carga tributária de 39% do PIB.