O acordo firmado entre Brasil e China para imposição de cotas às compras de têxteis chineses pelos importadores brasileiros abriu caminho para acordos semelhantes em outros setores. Cerca de 20 outras categorias de produtos são candidatas a proteção contra a competição de mercadorias chinesas, informou ao o secretário-executivo do Ministério do Desenvolvimento, Ivan Ramalho.
As autoridades da China informaram ao governo brasileiro que estão dispostas a negociar acordos semelhantes ao dos têxteis para evitar a imposição de salvaguardas contra os produtos do país . “A China não tem esse tipo de acordo (de cotas) para outros produtos industriais com nenhum outro país”, afirmou Ramalho. No acordo sobre têxteis, o Brasil incluiu um parágrafo, o quarto, com a previsão de que ocorrerão as negociações para os demais setores ameaçados pela concorrência chinesa.
Fabricantes de calçados, armações de óculos, máquinas para produção de plásticos e brinquedos já anunciaram seus pedidos de salvaguardas contra os chineses. Ramalho diz não poder confirmar que setores serão os candidatos à negociação. Ele alerta que os empresários deveriam usar mais o acordo geral de salvaguardas previsto pela OMC – Organização Mundial do Comércio, para evitar que, em alguns casos, a restrição aos produtos chineses sirva somente para abrir caminho a concorrentes de outros países.