As exportações do Brasil para a Argentina deverão cair ou, no máximo, repetir o valor do ano passado, por causa do MAC – Mecanismo de Adaptação Competitiva. A projeção foi feita pela AEB – Associação de Comércio Exterior do Brasil, que, antes da medida, projetava crescimento das venda brasileiras ao país vizinho, acompanhando a expansão da economia argentina. No ano passado, as exportações para a Argentina avançaram 35%, para pouco mais de US$ 9 bilhões.
Segundo o vice-presidente da entidade, José Augusto de Castro, o MAC vai abrir espaço para fornecedores concorrentes do Brasil no mercado argentino, representa mais uma “perfuração” das normas do Mercosul e não garante a recuperação industrial do país vizinho, ao contrário do que defendem as autoridades.
Um dos riscos da MAC, diz Castro, é o desvio de comércio, ou seja, produtos que era originalmente fornecidos pelo Brasil acabarão passando a ser fornecidos por mercados fora do bloco. Isso porque o acordo permite a imposição de barreiras e a redução tarifária para os produtos de setores argentinos que se sentirem prejudicados com as vendas brasileiras. “A tendência é de queda. Com o MAC, a indústria argentina vai ter motivos para criar cotas e outras coisas.”