No início de abril, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) e o Ministério das Mulheres firmaram um Acordo de Cooperação Técnica (ACT) para promover a inclusão de mulheres jovens no comércio exterior. O SINDICOMIS e a ACTC, duas entidades patronais do setor, apoiam a iniciativa.
“Apesar de o comércio exterior ser um dos setores mais dinâmicos, abrangentes, com amplitude geográfica – afinal, falamos do mundo inteiro – e sem previsões negativas, observamos que a participação de jovens, especialmente mulheres, ainda está aquém do potencial”, pondera Luiz Ramos, presidente do SINDICOMIS e da ACTC. Segundo ele, no Brasil, as áreas de despacho aduaneiro, agenciamento de cargas e operações de trânsito aduaneiro empregam, atualmente, em torno de 16 mil profissionais.
Conforme o estudo “Mulheres no Comércio Exterior: Uma Análise para o Brasil”, da Secretaria de Comércio Exterior do MDIC, apenas 32,5% dos postos de trabalho nas empresas importadoras e exportadoras são ocupados pelo público feminino. Além disso, observa-se que a presença de mulheres é proporcionalmente maior em pequenos negócios (com até nove funcionários). Quando se analisa a composição societária, o cenário é ainda mais desigual: somente 14% das empresas exportadoras brasileiras são lideradas por mulheres em seus quadros diretivos. Essa participação feminina é ligeiramente superior entre micro e pequenas empresas.
Como parte do acordo interministerial, estão previstas ações concretas para incentivar e qualificar mulheres de 15 a 29 anos em situação de vulnerabilidade social. Isso inclui, por exemplo, a oferta de cursos a distância para formar analistas de comércio exterior e auxiliares de despacho aduaneiro e fomentar o empreendedorismo feminino no ramo. Paralelamente, programas como “Elas Exportam” (MDIC) e “Asas para o Futuro” (Ministério da Mulher) também apoiarão as capacitações profissionais.
“Empresas atuantes no comércio exterior se apresentam como uma oportunidade para as mulheres receberem melhores salários e desenvolver maior nível de qualificação”, afirma o vice-presidente e ministro do MDIC, Geraldo Alckmin. A ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, complementa: “É uma oportunidade para fazer a diferença na vida de jovens mulheres e criar um caminho para que façam crescer sua renda e, assim, tenham maior participação na economia”.
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