Durante um bom tempo, os exportadores reclamaram de que o câmbio em queda (baixa do dólar em relação ao real) era fruto da passividade do Banco Central que se limitava a espiar e a repetir que “o câmbio flutuante flutua”.
Pois o Banco Central passou a comprar e comprar moeda estrangeira. Em 2005 aumentou as reservas em perto de US$ 30 bilhões. Além disso, despejou no mercado swaps cambiais reversos cujo efeito deveria ser a recuperação das cotações. E continua nesse jogo 2006 adentro. O máximo que tem conseguido é evitar que o dólar afunde ainda mais. Essa decepção mudou o alvo dos exportadores e de alguns analistas. Agora insistem em que o principal culpado pelo achatamento das cotações são os juros elevados, que estariam atraindo capitais especulativos: endividam-se lá fora em dólares a juros de 7% ao ano e vêm se locupletar aqui com juros a 18%.