As fortes chuvas e cheias dos rios que cortam Santa Catarina estão causando prejuízos no comércio internacional. Com o volume elevado de chuvas no mês de outubro, a forte correnteza do Rio Itajaí-Açu provocou assoreamento na barra que dá acesso aos portos de Itajaí e Navegantes.
O calado no canal de acesso aos portos que normalmente é de 14m baixou para 12,5m e o Porto de Navegantes teve que ficar fechado do dia 4 até 21 de outubro. No Porto de Itajaí existe um problema adicional com indefinição da empresa que ficará responsável pela operação do terminal.
Diante das dificuldades de acesso aos principais portos de Santa Catarina, vários navios foram desviados para os portos de Imbituba/SC, Itapoá/SC, Paranaguá/PR ou Santos/SP. O aumento súbito da movimentação de contêineres no Porto de Imbituba ocasionou vários problemas operacionais por falta de estrutura adequada, atrasos na liberação de cargas e uma série de prejuízos aos importadores, segundo nota divulgada pela Associação Brasileira dos Importadores e Distribuidores de Pneus (Abidip).
O Sindicato das Empresas de Comércio Exterior do Estado de Santa Catarina (Sinditrade), em conjunto com o Sindicato dos Despachantes (Sindaesc) e o Sindicato das Agências de Navegação (Sindasc), notificou a empresa responsável pela operação do terminal de Imbituba — a Santos Brasil — apontando falhas na operação.
De acordo com a nota, os importadores ou seus representantes, em decorrência de recentes alterações do porto de descarga, foram surpreendidos pela baixa operacionalidade do Terminal Santos Brasil em Imbituba.
“As cargas (contêineres) se encontram armazenadas nos pátios de maneira não sequencial em relação ao seu descarregamento, ou seja, não se verifica qualquer organização por ruas ou pateamento, o que inviabiliza o carregamento das unidades em transferência por trânsito aduaneiro (DTAs) ou mesmo liberadas, em qualquer prazo razoável ou até mesmo previsível”, relata a Abidip.
A situação vem penalizando triplamente os importadores que, além dos atrasos na liberação de suas cargas, serão taxados pela armazenagem e penalizados com o demurrage, multa diária para devolução dos contêineres aos armadores, disse Ricardo Alípio, presidente da Abidip.
“Em grande número de casos, mesmo com o pagamento da armazenagem, a carga não é carregada por ineficiência operacional do terminal de Imbituba, que não consegue encontrar e disponibilizar a carga no dia e hora agendados. Disso decorre uma cobrança de armazenagem adicional e nova programação de carregamento”, afirmou Alípio.